Fiat Uno: uma cronologia da primeira geração
Prestes a receber um novo projeto, o Uno é o marco principal da Fiat
no Brasil. Conheça um pouco da história de um dos grandes brasileiros
sobre rodas.
Apresentado oficialmente no Cabo Canaveral, palco de lançamentos
espaciais da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), no estado da
Flórida, nos Estado Unidos, o Fiat Uno começou a ser produzido em 1983
como o primeiro carro mundial da marca italiana. Por causa da
“tropicalização”, ele só chegou às terras verde-amarelas no ano
seguinte, para substituir o veterano 147. Seus principais atrativos eram
(e sempre foram) o tamanho externo reduzido, o bom espaço interno e a
ótima visibilidade, além do baixo consumo de combustível.
No início, o Uno era comercializado nas versões S e CS, com duas
opções de motor: 1.050 cm³, de 52 cv de potência a gasolina, e 1.297
cm³, que gerava 58,2 cv com gasolina e 59,7 cv com álcool – não custa
lembrar que eram dois motores 1.3, e não apenas um flex.
Outros detalhes chamavam a atenção no Uno. O primeiro era o visual,
moderno para a época, que abusava das linhas retilíneas, uma tendência
nos anos 1980. Outro ponto era o estepe alojado no cofre do motor,
conseqüência de uma alteração de suspensão feita pela Fiat, o que acabou
aumentando o porta-malas e, segundo a marca, deixou o conjunto do carro
mais robusto e durável, melhor para o consumidor brasileiro.
Em 1985 e 1986, o Uno começou a dar crias no mercado nacional. O primeiro foi o seda Prêmio, substituto do Oggi, que trazia as mesmas qualidades do Uno, além de um porta-malas mais espaçoso (cerca de 530 litros na época). Depois veio a perua Elba, que matou a Panorama. A proposta era quase a mesma do Prêmio, mas com espaço para bagagem ainda mais vantajoso (cerca de 610 litros). Mais sobre os dois você confere na parte 2 do especial sobre o Uno.
Em 1987, a Fiat lançou uma das versões do Uno mais desejadas: o 1.5R. O
motor era mesmo do Prêmio, mas com alterações para deixá-lo mais
potente: 86 cv com álcool. A dose esportiva vinha nas faixas laterais
exclusivas, rodas de 5,5 x 13” com calotas especiais, aerofólio na
traseira e tampa do porta-malas em preto fosco.
Na prática, as alterações mecânicas no propulsor e as mudanças no
visual transformaram o Uno num “capetinha”. Ele realmente andava muito
bem. Foi preciso até alterar os pneus para permitir velocidades mais
altas, de até 210 km/h (código H) – embora a velocidade final do
compacto ficasse na casa dos 170 km/h. Para aumentar ainda mais a
segurança, os freios dianteiros passaram a ter discos ventilados, mais
eficientes se comparados aos discos sólidos.
Década para entrar na história
Durante a década de 1980, o Uno se tornou bastante conhecido e desejado por milhares de brasileiros. Seu projeto era reconhecidamente mais moderno que o de seus concorrentes, mas o câmbio continuava a ser motivo de queixas generalizadas. Foi só nos anos 1990 que o modelo deslanchou de vez.
Durante a década de 1980, o Uno se tornou bastante conhecido e desejado por milhares de brasileiros. Seu projeto era reconhecidamente mais moderno que o de seus concorrentes, mas o câmbio continuava a ser motivo de queixas generalizadas. Foi só nos anos 1990 que o modelo deslanchou de vez.
O então presidente Fernando Collor, no início do seu governo, tomou
duas medidas que estimularam bastante o mercado nacional de carro: abrir
as portas para importações e diminuir o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) dos automóveis, de 40% para 20%, para veículos
com cilindradas entre 800 cm³ e 1.000 cm³.
Em tempo recorde (apenas 60 dias), a Fiat lança o primeiro carro
popular do Brasil, o Uno Mille. O motor de 1.050 cm³ passou a ter 994,4
cm³, com a potência abaixando para 48 cv. Foi um tiro certeiro. Mesmo
pelada, a versão Mille passou a ser a mais procurada do Uno, e uma das
mais vendidas no país.
Empolgada com o seu compacto, ainda em 1990, a marca italiana lançou a versão 1.6R do Uno, que desenvolvida 84 cv no propulsor a gasolina e 88 cv na motorização a álcool. “Como era divertido dirigir esse Uno. Ele era leve e voava baixo”, afirma Marcelo Marques, que foi dono de um exemplar por seis cinco anos.
No ano seguinte, A Fiat lançou uma versão melhorada do Mille, chamada
de Brio, que tinha acabamento melhor e seis cavalos a mais de força.
Entre 1991 e 1993, o Uno ganhou o motor 1.5, que entrou no lugar do 1.3,
ignição digital para o Mille (Electronic), reestilização para as
versões mais requintadas e a opção de ar-condicionado.
O ano de 1994 foi muito importante para o Mille. Além de enfrentar mais
um moderno e importante concorrente, o Chevrolet Corsa, o compacto
italiano 1.0 recebeu a alteração visual já aplicado no restante da linha
e o acabamento ELX, que tornou equipamentos como ar-condicionado e
travas e vidros elétricos em itens ofertados para os carros populares,
embora eles fossem opcionais. Mais uma aposta certa da Fiat.
Ainda em 1994, o Uno passou a ser vendido na esportiva versão Turbo i.
e., com motor 1.4, que desenvolvia 116 cv de potência. Só não vamos
falar mais sobre ele pois trata-se do tema da última parte de nossa
série especial.
Aposentadoria?
Em 1995, já como linha 1996, o propulsor 1.0 do Uno Mille passou a ter injeção eletrônica. Entre 1996 e 1997, a Fiat começou a se preparar para tirar o Uno do mercado nacional, que acabara de receber o Palio.
Em 1995, já como linha 1996, o propulsor 1.0 do Uno Mille passou a ter injeção eletrônica. Entre 1996 e 1997, a Fiat começou a se preparar para tirar o Uno do mercado nacional, que acabara de receber o Palio.
Primeiro saíram de cena as versões com motores 1.5, 1.6 e 1.4 Turbo
do Uno, além da ELX 1.0. Em seguida morreram a dupla Elba e Prêmio (já
chamado de Duna). O Uno Mille SX deveria ser a última versão do Uno no
mercado nacional, em 1997.
Mas o carrinho resistiu bravamente, vendendo sempre o suficiente para mantê-lo vivo. Por causa disso, ele recebeu a versão SX Young ainda em 1997 e, em 1998, virou Mille EX. No ano 2000, o Mille ganhou a versão Smart, com ligeiras alterações na grade dianteira, mas só a partir de 2001 ele qpassou por alterações mais profundas.
A primeira foi a adoção do motor Fire, de 55 cv de potência. A
segunda, em 2004, já como linha 2005, foi uma mudança visual, com
mudanças de design na frente e na traseira. Ainda em 2004, o Fiat Uno
ultrapassou a marca de 2 milhões de unidades vendidas no Brasil.
Em 2005, o carro passou outra mudança estética, desta vez mais leve, e
passou a sair da fábrica em Betim (MG) com o propulsor 1.0 Fire Flex,
última grande alteração do carro. Em 2006 foi a vez o Mille ser
oferecido ao público na versão Way, com altura 44 milímetros mais
elevada em relação ao solo e molduras nos pára-lamas.
Em 2007, o Mille passou por mudanças no acabamento interno, já como linha 2008. No ano seguinte, como linha 2009, o compacto passou a ser vendido na versão Economy, que está no mercado até hoje.
Em 26 anos de história, e com mais de 2 milhões de carros vendidos, o
Mille continua no mercado com as mesmas qualidades desde o seu
lançamento em 1984: tamanho externo reduzido, bom espaço interno, ótima
visibilidade, baixo consumo de combustível e baixos custos de
manutenção. Com a chegada da nova geração, Mille e Uno devem conviver
por mais alguns anos, até que o herói popular seja finalmente
aposentado.
De acordo com o presidente Fiat para América Latina, Cledorvino
Belini, conceber o Novo Uno não foi fácil. “Utilizamos um processo de
criação invertido. Fomos buscar no imaginário das pessoas o que elas
queriam e esperavam de um carro”, disse. Para chegar ao resultado foi
feita uma pesquisa com 750 pessoas. “A Fiat defende inovação e
pioneirismo. Chegamos a um carro diferente para todos e único para cada
um”, afirmou Belini.
O Novo Uno terá três modelos: Vivace, Attractive e Way, todos na
versão quatro portas e com motor 1.0 e 1.4 Fire EVO, ambos Flex, que
incorporam modernas tecnologias para garantir economia de combustível e
baixo nível de emissões. Os mesmos modelos com duas portas devem
começar a ser fabricados daqui a 45 dias, segundo diretores da
montadora. O Novo Uno tem 14 opções de cores, sendo seis lisas e oito
metalizadas. A novidade são os tons amarelo citrus, verde box e azul
splash.
Fiat arredonda o quadrado no novo Uno
Baseado na preferência pelo quadrado, apontada na pesquisa
desenvolvida para a criação do Novo Uno, surgiu o “Round Square”, ou
quadrado arredondado, um conceito original, bem-humorado e que norteou
todo o desenvolvimento do novo modelo.
Partindo do ícone: Uno e suas formas quadradas, os designers cunharam
o novo quadrado – pop e moderno - a evolução. Para lhe dar forma, eles
empregaram premissas de desenho industrial, em vez dos tradicionais
princípios do desenho automotivo, com suas linhas mais curvas e
esportivas. Os quadrados com curvas remetem ao Fiat UNO, mas ao mesmo
tempo representam um conceito contemporâneo e uma tendência.
Muito legal sua matéria, pena que as fotos estão quebradas!
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